Consequências.

   A Segunda Guerra Mundial (1939–1945) foi um divisor de águas, trazendo transformações profundas no cenário global. Entre seus legados mais importantes, destaca-se a derrota dos regimes nazista, fascista e imperialista — Alemanha, Itália e Japão — e a libertação dos territórios por eles ocupados, o que foi feito no fim dos campos de concentração e no julgamento de oficiais nazistas nos tribunais, como em Nuremberg.Politicamente, emergiram duas superpotências: os Estados Unidos e a União Soviética. O colapso dos impérios europeus e o enfraquecimento das potências coloniais aceleraram a descolonização na África e na Ásia, com vários países alcançando a independência nas décadas seguintes.

  O mundo passou a se dividir em dois blocos ideológicos antagônicos — os democráticos liberais, liderados pelos EUA, e o bloco comunista liderado pela URSS — inaugurando a Guerra Fria, um período marcado por tensão política, corrida armamentista, espionagem e conflitos por procuração, sem confrontos diretos entre as superpotências.

 Com o objetivo de evitar novos conflitos, em 1945 foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU), um organismo internacional que substituiu a falha da Liga das Nações e passou a mediar a tensão global. Concomitantemente, o Plano Marshall (1948–1951) emergiu como uma poderosa ferramenta de fechamento econômico da Europa Ocidental, viabilizando uma rápida recuperação industrial e agrícola.

  Geograficamente, a Alemanha foi ocupada pelos Aliados e dividida em zonas de influência política, enquanto as diplomacias definiram novas fronteiras, como a Linha Oder-Neisse com a Polônia, e a expulsão de milhões de alemães de áreas antigas do Leste Europeu. 

  Economicamente, a pós-guerra trouxe um crescimento desigual: os EUA emergiram fortalecidos, enquanto a Europa aconteceu estagnação até se recuperar com apoio do Plano Marshall. A Alemanha Ocidental, em particular, viveu o chamado “milagre econômico”, seguido pela recuperação da França e Itália; o Reino Unido, no entanto, decidiu um declínio prolongado. A União Soviética e o Japão também registaram um crescimento notável nas décadas seguintes, e a China restabeleceu a sua produção industrial.

  No campo social, os impactos foram profundos: milhões de mortos, feridos, deslocados e refugiados — muitos civis falecidos, e o trauma coletivo marcou toda uma geração, afetando saúde mental, expectativa de vida e bem-estar. A guerra também impulsionou a presença das mulheres no mercado de trabalho, o que contribuiu para mudanças nas dinâmicas sociais.

Culturalmente, a guerra construiu uma busca global por sentido e justiça: a Europa investiu em sistemas de bem-estar social, educação e saúde pública, enquanto artistas literários e cineastas adquiriram sua obra para refletir os horrores do conflito e as possibilidades de redenção.

 Em conjunto, esses desdobramentos — revelações, novas instituições, redefinição geopolítica, descolonização, mudanças sociais e culturais — resultaram em uma nova ordem mundial, em que a cooperação se tornou essencial para evitar tragédias e promover a paz.